13 de dez. de 2008

blog super abandonado, mas eu morro de saudades de ficar aqui escrevendo e refletinho.
ultimamente nada me comove, a não ser o amor. fato.
agora aqui, sozinha, e ouvindo o meu amigo roncando ali na cama do lado eu parei pra pensar..mas puta que pariu, já é natal, de novo. mas cade aquele sentimento ruim de todo ano? cade aquela minha vontade de sumir de todo mundo? cade aquelas pessoas chatas que eu não suporto?
das duas, uma:
todo mundo ta bonito agora, as pessoas ao meu redor estao amadurecendo, o natal nem é tão deprimente assim e ele tem sim, um lado encantador.
ou eu já não sinto e nem faço questao de ninguem mais. e o natal já não consegue mais despertar emoção nenhuma, nem boa e nem má, em mim.

sinto só que preciso continuar, sem saber direito pra onde, mas tocar em frente. porque eu já tenho vinte anos e nem sai da escola. porque eu já tenho vinte anos e não fiz nada plausível da minha vida. porque eu ja falo das coisas boas da minha vida como um velho lembrando da sua mocidade.
eu não quero mais perder vida. não quero mais pensar em ninguém, e nem me preocupar com nada. eu quero sentar com 2/3 pessoas especiais e quero beber. falar de como é engraçada aquela comunidade no orkut, falar das tragédias de sta catarina, de como o homem tá acabando com o mundo, como aquele filme me deixou com medo semana passada, como as pessoas ao redor estao diferentes, de como os emos evoluiram pra indie/folk/cult/bregas sem acrescentar nada além de musica e roupas. de como eu estou apaixonada e feliz, ou de como tudo isso não me tira esse vazio, que já não me provoca sensação alguma.
mas sigo assim, até que algo, fora o amor(repito), me tire desse coma.

31 de jan. de 2008

15 de jan. de 2008

As pessoas precisam entender que há diferentes tipos de pessoas na vida delas. Desde o pré-CA todo mundo sabe disso, né?

Não. Se soubessem, os psicólogos (inclusive o meu) teriam feito psiquiatria e não psicologia e cuidariam só dos casos mais difíceis mesmo, daqueles que a conversa não basta. Então. Todo mundo tem que entender que há uma pessoa pra cada coisa no mundo e que isso é LEGAL.

Vamos enumerar alguns, pra exemplificar e chegar mais rápido ao ponto.

Tem gente que só serve pra conversar na internet, que quando você encontra ao vivo, você olha e pensa juura? e tem vontade de comprar dois palms na hora só pra você e a pessoa poderem desenvolver um assunto no msn. Tem que gente que é assim. E tem (mais) gente que é exatamente o contrário: não serve pra internet. Você pode conversar sobre a vida o universo e tudo mais com o sujeito ao vivo, mas daí você abre o msn e o nome dele está online e a sua vontade mesmo é bloqueá-lo, pra evitar o problema. Você dificilmente o bloqueia, ele dificilmente bloqueia você (até porque ele deveria simplesmente deletar o msn dele, pra ser mais prático) e SEMPRE que você o vir online será aquele parto. Normal.

Há pessoas que nascem pra ser oamordavida de outras. Elas encaixam perfeitamente no molde que o outro tinha feito pra felizesprasempre. Geralmente, não sei explicar o motivo, perdoem, essas pessoas encaixam perfeitamente no molde que OITOCENTOS outros tinham feito pra felizesprasempre e elas se irritam com isso e costumam virar homo-pan-tran-algomais-sexuais. Mas isso é só geralmente. Por outro lado, tem gente que só serve pra transar. Você até queria que aquela pessoa ali fosse o amor da sua vida, porque, poxa, vocês se dão tão bem na cama, mas ela peida em público e não vê problema nisso, tem um péssimo gosto pra música, descartou o português no pré-CA, o ídolo dela é o Russell Crowe, não sabe escovar os dentes direito, enfim, o fulano é todo errado e nem que você queira muito dá pra passar mais de quinze minutos do lado dele sem beijar/transar.

Tem uns outros super esquisitos que não servem, aparentemente, pra nada. Mas isso é uma subvalorização da espécie, eu acho. Sempre serve. Nem que seja pra ser o (mau) exemplo. Todo mundo serve pra alguma coisa na sua vida. Nem que seja só pra te irritar mesmo, tem gente que precisa sentir raiva pra lembrar que tá vivo, é triste, mas é verdade. Então, tem gente que só serve mesmo pra fazer da sua vida um inferninho particular de tempos em tempos. (Há uma porção desses espalhados pela minha existência, se alguém estiver interessado, é só avisar.)

Importantíssimo esse tipo: há seres humanos que servem pra ocupar o lugar do inatingível na sua existência. Entenda: o inatingível é preciso, é extremamente necessário. Ou seja: não foda com isso tentando fazer o lance com o ser dar certo. Seja lá o que o lance for. Não dá pra ser amigo de professor fodônico, não dá pra namorar rockstar, não dá pra ser ídolo de gente que você idolatra. Esse tipo de gente eu acho que deve mesmo ser entendida e respeitada, porque a maioria das pessoas sempre quer tirá-los do pedestal e isso é er-ra-do. O pedestal nunca fica vazio, você o preencherá com alguma coisa e, se não for com uma pessoa idiota, que não merece o posto de inatingível, será com uma coisa errada. Goste dos seus amores platônicos. E os regue toda semana.

Tem gente que existe pra salvar a sua vida. Você nem sabe explicar como, mas a pessoa atendeu teu telefonema às duas da manhã, no auge da tua bebedeira, não mudou o tom de voz e disse ‘se cuida’ na hora de desligar. Ela segura a sua mão na hora de você atravessar a rua. Ela entende (ou finge muito bem que entende) todas as tuas dores e deixa isso claro num olharzinho que seja. A pessoa nasceu pra salvar a sua vida, aceite isso, não tente mudar e nem se rebele contra. Tipos assim odeiam ser contrariados. Também não é pra esculachar e se achar o centro da vida da pessoa, porque não procede. Só não contrarie, que é mais fácil.

Existem pessoas que nasceram pra você viver, outro tipo. Sem as quais a sua manutenção seria impossível. Mães e pais facilmente são incluídos nessa categoria sem uma prévia avaliação. Errado. Tem muito pai e mãe filhadamãe espalhado por aí. Mas, geralmente, eles podem ser sim representantes dela.

O meu tipo preferido, eu acho: tem gente que existe pra te questionar. Sabe a pessoa que te pergunta o que será que existe atrás do seu armário? Ou como será que é ver a Via Láctea de longe. Ou ainda como seria se o mar tivesse gosto de suco de framboesa. Então. Tem esse tipo de gente, que eu adoro, porque é o mais provável e o mais raro, ao mesmo tempo. Quase toda criança tem esse tipo de comportamento. No entanto, as pessoas crescem e noventaenove por cento delas ficam chatas pra caramba.

Por exemplo, tem gente que existe pra você se sentir melhor. Eu já disse que cada um tem a sua função na sua vida e a de muitas pessoas é fazer a sua auto-estima dizer olá pro sol. Não sinta pena desse tipo, por favor. Pessoas para você gastar o seu dó são outro tipo de seres. Esse não, é o trabalho dele, entenda isso e siga a vida. (E pense no indivíduo sempre que a vontade de se eleger o pior ser humano vivo seja grande. Dá um puta alívio.)

É isso, já deu pra ilustrar bastante o que eu queria dizer.

Mas o meu apelo (levem em consideração, é meu aniversário logo ali) é que vocês (e eu, óbvio) parem (paremos) de tentar mudar as pessoas de categoria. Uma pessoa que nasceu pra você existir nunca será o seu melhor amigo. Da mesma forma que o fuck buddy não pode ser o seu marido, entende. A não ser que você concorde com o pôster do Russell Crowe logo na sala de estar. Uma pessoa que serve pra te questionar muito dificilmente será o amordasuavida. E daí por diante.

Se a gente simplesmente aceitasse os papéis que as pessoas têm nas nossas vidas e que nós representamos nas vidas alheias, ah. Eu tenho quase certeza que o mundo seria muito mais leve. E a gente já produz lixo demais pra achar que a Terra ainda merece agüentar mais peso.