26 de set. de 2011
25 de jan. de 2011
Meia hora de atraso do meu voô, meia hora a mais de lagrimas, ansiedade e nervosismo. Uma hora nas nuvens e -Oi São Paulo, acho que tô perdida?!
Uma hora e meia de ônibus, sendo apresentada sedutoramente a cidade da garoa. Ele com um olhar lindo, uma voz deliciosa falando baixinho perto do meu ouvido, toda vez que se inclinava apontando algum lugar lá fora.
Chegamos em Campinas e eu não pude evitar pedir um lugar ao lado dele, mas não deu. Tomamos um café, trocamos nomes e histórias, olhares e sorrisos, um beijinho daqueles de cantinho na boca e um abraço caloroso pra dizer tchau, apesar de dividir o mesmo voô.
Dez horas no avião querendo que ele viesse até mim. Mas tive boa cia no avião também. Uma geologa com carinha de adolescente indo visitar o marido fora do país. Eu quis ir visitar uma pessoa também, cheguei a sonhar nos minutos que deu pra dormir.
O nascer do sol visto do céu é lindo, tudo de lá de cima é lindo. Cruzeiros, ilhas a sombra das nuvens no oceano..tudo.
Dez horas depois, eu lá perdida no aeroporto atrás das minhas malas até ouvir um -Precisa de ajuda? que me deu um frio na barriga ainda maior do que quando o avião decola. Ele lá todo charmoso e agasalhado com um café na mão. Ficou comigo até nossas malas aparecerem, segurou meu rosto com as duas mãos, me de um beijo na ponta do nariz e um demorado na bochecha enquanto suas mãos desceram pelos meus braços até segurarem as minhas. Eu queria ele ali por horas daquele jeito. Meu deu outro daquele abraço forte dele, dizendo que queria me levar pra Madri com ele..eu quis dizer -Me leva, eu vou sim! mas me contive a um sorriso e um beijo, na ponta dos pés, no nariz dele também e outro abraço pendurada nos ombros dele. Fiquei ali até ele sumir lá adiante na multidão, olhando pra trás a cada passo.
Professor de geografia na USP a noite, negocio próprio colocando telas de proteção em janelas e quadras durante o dia, sedutor, viajante ( de conhecer meio mundo mesmo) e eu ali, deixando ele ir emboa, boba (ou escapando de ser sequestrada e prostituida, vai saber).
Só sei que me senti num romance de filme.
E porque ele me disse que eu caio sempre e sempre no mesmo assunto. Mas que diabos, por que nada que escrevo que não seja sobre você não me soa verdadeiro? Eu não ligo, viu. Seja feliz. Com ela, sem ela. Você quem decide. Eu só quero aprender a escrever sobre outra coisa que não seja você. Hoje eu vim pra dizer, de novo, que a vida tá boa, é sério. E mesmo que eu fique repetindo e repetindo tudo isso, toda hora, é verdade. Porque você nunca lê nada, não me interessa você saber de nada. Mas eu fico feliz, por estar feliz sem você. Tanta, tanta coisa aconteceu que eu realmente nem acredito nessa felicidade. Tá tudo fácil demais. Chega ser estranho.