12 de jun. de 2007

hoje vou contar uma história. quando eu tinha 15 anos, algo na minha cabeça estalou. não sei bem dizer o que foi, mas é o momento a partir de onde minhas memórias começam a parecer minhas ao invés de emprestadas de filmes, álbuns de fotos e histórias da minha mãe. you’re unique, they say, just like everyone else. é isso mesmo. exatamente isso. todos nós somos únicos, sabe? e por sermos, cada um de nós, únicos, somos todos iguais.

você tem alguma pessoa que você tem CERTEZA que pode contar? pro que der e vier? na riqueza e na miséria? fora de um casamento? pra mim é assim. eu quero poder escolher: você, eu acho que vale a pena, você não.

e é isso que eu queria. que as pessoas conseguissem entender esse meu ponto de vista e querer estar comigo também. queria que tivesse uma pessoa que olhasse pra mim e falasse “ok, vamos.” e pudessemos passar inúmeras tardes deitados um do lado do outro, sabendo que a solidão que nos assola é só meia solidão. que temos alguém ali do lado. e não há barreiras. e não há necessidade de ficar provando um pro outro que somos quem realmente somos. nem que somos engraçados. nem que somos qualquer coisa. porque no fim do dia, por mais que aprecie a solidão, eu não quero ter que dormir abraçada com um travesseiro.

eu não quero ser sozinha. eu quero poder passar muito tempo sozinha, mas no fim do dia ter a garantia de fazer parte de algo. e esse algo devia ser uma dupla. ele só precisa ser especial. ele precisa ter o brilho nos olhos que eu nunca tive. ele precisa ver as coisas daquele jeito que eu nunca consigo enxergar. eu preciso de alguém cuja capacidade descritiva resida inteiramente num olhar. eu preciso entender tudo vendo brilho nos olhos. e preciso que essa pessoa me faça sorrir. porque meus olhos não brilham, mas meu sorriso derrete corações (óh!). preciso que ele enxergue a beleza que eu nunca vi. e que eu queira agradecer do fundo do meu coraçãozinho de piche. eu queria poder fazer o mundo entender que eu sou uma nova pessoa. eu sou uma pessoa que dá risadas sem culpa e morre de saudades dele toda vez que sai de perto.

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