6 de mai. de 2007

Vivo toda a minha curta vida no mesmo lugar, na mesma casa e tendo, basicamente, os mesmos colegas e vizinhos. De um tempo para cá, comecei a fazer um pequeno relatório estatístico com o grupo no qual cresci para tentar avaliar a influência dele sobre mim.

Com esta brincadeira, passei a entender algumas coisas sobre mim e percebi que eu sou um pouco diferente do que eu pensava ser. Também percebi um pouco os motivos de eu estar fora das minhas próprias estatísticas.

Não sei se isto é bom ou ruim, mas não é importante.

A única coisa que posso concluir é que eu sou uma pós-aborrescente que está seguindo o curso “normal” da vida, mesmo que minha família inteira esteja pensando o contrário.

Resolvi então achar outra ocupação e passei a me comparar diretamente com as minhas coleguinhas. Como eu não me lembro de praticamente nada da minha infância, terei que comparar justamente na parte mais significante: A adolescência.

Eu tive o problema de ter sido a primeira em quase tudo, mas isso eu nem vou comentar. E o fato de que eu, até os quase 18, não apareci com nenhum namoradinho em exibição pública acabou me rendendo uma fama infundada de ser lésbica e, junto com isso, uma série de boatos hilários que talvez eu os cite um dia, brotaram no imaginário das fuxiqueiras. Pra ajudar ainda mais, eu nunca fui um poço de feminilidade, principalmente na minha fase áurea da minha adolescência.

Como eu sigo uma filosofia de vida baseada no "foda-se" e no "faça, mas faça direito", tudo que eu fiz na vida, foi longe dos olhos da massa, ou seja, ninguém sabe de nada a não ser que tenha saído da minha boca. Eu quase sempre saia para longe dos arredores de casa, e justamente por isso ninguém me acompanhava e as poucas vezes que fiquei por aqui não foram das mais agradáveis. Bem, eu não tenho culpa de não gostar de qualquer porcaria.

Resumindo, as pessoas com as quais convivi paralelamente durante a vida toda, tem uma visão um pouco distorcida sobre a minha pessoa. Sinceramente, eu adoro isso. Meu lado egocêntrico sabe que eu sou um pouco menos medíocre do que aquelas que vivem apenas da vida alheia. Porém, minha parte egocêntrica passou a ser assim depois que percebi que eu sofria um puta preconceito das minhas próprias coleguinhas.

Eu nunca me achei bonita e nunca fui do tipo gostosona. Popular, muito menos, porém eu supri a minha “deficiência” com outras coisas que resumirei em uma única palavra: Conteúdo. Eu realmente não me acho mais inteligente ou superior às outras, mas elas se incumbiram de me taxar desta forma. Eu não me incomodo. Não tenho culpa se elas não sabiam falar de outras coisas que fugiam da tríade modinha-meninos-compras. Não tenho muito saco para futilidades extremas e sinceramente, durante muito tempo eu me achava “a mais careta” da turminha, mas com o tempo percebi que eu não era nenhuma moralista ou romantiquinha, apenas não via vantagem nenhuma em ficar com meio mundo. Por causa disso, eu era excluída em muitas ocasiões. Isso contribuiu para que eu aprendesse na marra a sair sozinha, mas por outro lado serviu para mostrar que eu não dependia delas e não era obrigada a fazer algo que eu realmente não gostava para ser aceita num grupo. Eu demorei um pouco para ver tudo isso, mas foi uma lição nunca esquecida. Então passei a ser vista negativamente por elas, justamente pela minha concepção de “noite boa” ser completamente diferente.

Depois deste besteirol todo que não chegou a lugar algum, percebo que eu sou tão humana e falha como qualquer pessoa, completamente influenciada pela opinião alheia. Aprendi agir sempre na defensiva e desta forma formei minha atual personalidade. Sei que tenho muito para aprender e evoluir como pessoa e, essencialmente, buscar a felicidade assim, exatamente como eu sou.

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